quarta-feira, 4 de junho de 2008

A casa dá sinais


"A casa dá sinais de gostar do vazio. Ela se reorganiza depois da noite, limpando seus pulmões e estalando as juntas. Esta criatura digna e amadurecida, com suas veias de cobre e pés de madeira aninhados numa camada de argila, suportou muita coisa: bolas lançadas contra as laterais do seu jardim, portas batidas com raiva, tentativas de plantar bananeira ao longo dos seus corredores. o peso e os ruidos de equipamentos elétricos e encanadores inexperientes sondando suas visceras. Uma família de quatro pessoas, acompanhada por uma colonia de formigas ao redor das fundações e, na primavera, ninhadas de tordos nas chaminés.. Na prtateleira sobr a janela, um jarro de vidro com centáureas ajuda a resistir á atraçãoo da melâncolia." Alain de Botton (2007)
De certa maneira, minha "casa é a guardiã da identidade". Os vazinhos de suculentas na janela da cozinha (que já tinha histórias quando cheguei), as estantes bagunçadas devido à pressa, livros fora de lugar por serem usados à exaustão, tapetes que acalentam os tacos gelados no inverno, o banheiro cheio brincadeiras, as portas cheias de bolsas, moveis herdados que contaram a história da minha infância. As coisas que virão e aquelas que estiveram...
Definitivamente, me reconheço na minha casa cheia de suculentas e cactus que não exigem tantos cuidados e mesmo assim, resitem (a mim, a nós e aos visitantes)

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Bibliografia(s)

  • BOTTO, A. Arquitetura de Felicidade. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.
  • BOTTON, A. Nos minimos detalhes. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

Alguns títulos que que me fizeram pensar...

  • http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000231.pdf